sábado, 23 de fevereiro de 2013

Palavras Malditas


Você percebe que estou diferente? Ou eu consigo disfarçar muito bem? Porque todas as vezes que você está perto eu simplesmente preciso te abraçar, mas eu não devo não é? Apesar de que eu sempre te abraçava antes. Antes de dizer aquelas palavras malditas.

Você percebe que eu estou medindo as minhas palavras quando conversamos? Ou eu consigo falar normalmente? Porque todas as vezes que conversamos, eu temo dizer algo que faça você lembrar-se do que eu disse aquela vez. Apesar de que eu nunca precisei me segurar quando conversamos antes. Antes de eu estragar tudo.

Você percebe que todas as vezes que eu te vejo eu sinto um punhal no meu coração, mas ao mesmo tempo meu coração bate com mais vida? Você percebe que eu não consigo mais olhar nos seus olhos? Você não percebe que preciso de você perto, mas preciso de você longe?

Como você faz? Como consegue agir tão natural? Você realmente não sente nada? Ou você sente pena de mim? Você deve achar que sou uma coitada de coração partido não é? Isso faz com que eu queria te bater. E chorar depois.

Você me evita? Você mede suas palavras? Você finge que não se lembra daquelas palavras horríveis que eu disse? Você... O que você faz? Qual o seu truque? Como você consegue ser tão você, perto de mim? Enquanto eu estou sento rasgada por dentro.

Bom, deve ser porque você não disse aquelas palavras não é?

Não sei mais o que fazer, porque eu só queria que tudo voltasse a ser como era antes, mas nada vai acontecer se eu não conseguir voltar a ser como antes.

Acreditava que doía antes, quando você não sabia. Mas agora dói mais, pois eu amaldiçoei você. Amaldiçoei você ao te contar. Eu sinto que eu criei uma parede de vidro finíssima. Tão fina que podemos fingir que ela não existe, mas ela está entre nós. E eu não consigo quebrar.

A culpa é toda minha. Eu sei. Eu quebrei a nossa amizade naquele dia. Porém, estou tentando colar os pedaços de volta, mas você sabe, quando você cola algo que quebrou sempre ficam as marcas de onde se partiu.

Eu quero quebrar e consertar. Eu não sei mais o que é melhor. Então por favor me responda: como eu faço pra desfazer isso?


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Você não pode proteger


Por mais que alguém seja importante pra você, você jamais conseguirá manter
essa pessoa segura, nunca será capaz de protegê-la de todos os perigos,
nunca a manterá a salvo. Alguns tentam, mas um dia simplesmente é o último.
Porque, por mais que você se importe, um dia ela irá embora.

O que se pode fazer então?

Bom, eu digo que, quando alguém for realmente importante, é melhor passar
todo o tempo que puder com esse alguém, não pense em protegê-lo, não
pense coisas como: "isso pode machucá-lo" só esteja lá.

Sabe por que? Porque, mesmo que você não saiba, essa pessoa se sente
segura, ela sabe que no fim, tudo ficará bem, pois você está presente.

Então não fique pensando coisas como: "eu tenho que fazer tudo por ela, eu
tenho que protegê-la blá blá blá..." Só esteja! Porque no fim das contas você
vai fazer tudo isso sem perceber!

Assim quando ela for embora você vai chorar, vai chorar muito mesmo, por ter
perdido seu companheiro para todas horas, por ter perdido aquele que sempre
esteve com você. E não porque você passou tempo demais pensando no que
fazer, receando não proteger, e no das contas, não fez nada.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Cheiro de Chuva


Olhando pela janela, vendo a chuva cair e sentindo o cheiro terra molhada,
pela primeira vez em muito tempo, eu me senti em paz. Consegui esquecer
todas as minhas preocupações, todas as minhas frustrações e irritações.
Tudo que fiz foi observar o vento nas folhas, os pássaros procurando um lugar
pra se esconder, os relâmpagos e a chuva cair.
Eu queria ter ficado ali pra sempre. Como uma espectadora. Por que desse
jeito eu não iria estragar nada.
Como um fantasma, vendo tudo, estando ali, mas não existindo. Quem sabe
desse jeito eu não aprenderia alguma coisa.
O ruim de ir “vivendo e aprendendo” é que não existe um botão de espera. Não
existe um botão de reinicio. Somente o Fim de Jogo.
Seria bom se o tempo me desse um tempo, pra que eu pudesse me entender e
entender os outros. Pra que eu pudesse fazer tudo que eu preciso fazer, sem
desapontar ninguém. É, certamente seria maravilhoso.
Mas o tempo é frio e cruel. Ele passa e muda tudo sem nos dar tempo pra
assimilar o que acontece ele quer que aceitemos aquilo que nos impõe. Não
quer saber se será bom ou ruim, ele não liga. Nós temos que continuar, porque
o tempo não para.
Então eu me pergunto: Quanto tempo? Quanto tempo eu vou precisar? Pra
entender que qualquer que seja o tempo, ele sempre será pouco.
Pouco pra sorrir.
Pouco pra chorar.
Pouco pra fazer o que eu tenho fazer.
Pouco, muito pouco, para estar com você.
Por isso, olhando pela janela, sentindo o cheiro da chuva que passou eu gosto
de imaginar que o tempo parou.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Péssima


A verdade é que eu não estou me sentindo péssima, na verdade, não estou nem um
pouco triste. E isso me faz sentir péssima!
Porque quer dizer que, na verdade, nunca foi nada e ele estava certo.
E essa solidão que sinto não é por que eu sentia algo por ele, mas sim porque todos os
seres humanos necessitam de uma companhia.
Odeio admitir, porém quem estava mentindo era eu, dizendo a mim mesma que ele era
especial.
O problema é que o medo da solidão não me deixou ver a verdade.
Quantas vezes eu já cometi o mesmo erro?
Pra quantos eu menti? Quantos eu enganei?
No fim das contas, amei? Nem que seja só um... Eu realmente amei de verdade algum
deles?
Acho que não.
Na verdade, eu não estou deprimida, estou um pouco, digamos, satisfeita até, por não ter
mais nada me prendendo.
Aí está! Que tipo de pessoa sem coração eu sou?
Ainda sim, não me sinto mal por isso. Eu gosto de ser assim.
Mas e prometo que da próxima vez, será pra valer. Não vou mais enganar ninguém.
Principalmente, não irei mais enganar a mim mesma.
Porque, você sabe, nós SEMPRE sabemos o que sentimos, o problema é que as vezes o
que se sente não é o que se quer sentir. Daí, nós mentimos.
Fingimos amar, fingimos não amar e no final das contas você sempre se sentirá péssima,
ou por sentir demais ou por sentir de menos.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nossa Matemática


Veja bem, eu não pedi pra ele me dar aulas particulares de matemática. Porque eu sabia
que isso iria acontecer. Mas ele percebeu que minhas notas estavam horríveis e como
um bom vizinho/colega de sala se ofereceu pra me ajudar. Tudo seria perfeito se ele não
fosse o motivo de eu não prestar atenção na aula. Por isso aqui estou eu pensando em
como o cabelo dele fica perfeito despenteado e como ele está perto demais e como eu
vou respirar desse jeito.
- Entendeu Luana?
Olho para o que ele escreveu e aquilo parece grego pra mim.
- Ah, acho que sim. – Mentira! Não entendi bulhufas daquilo.
- Ok, então resolve esse exercício aqui. – e ele apontou pra um dos exercícios do livro.
Então faço o maior esforço do mundo pra tentar entender a questão, mas como faço isso
se eu sinto que ele está me encarando????
Esfrego o meu cabelo e mordo o lápis (tão graciosa...) e ele solta um risinho baixinho.
Me sinto corar. Mas não vou deixar ele tirar sarro de mim!
- O-o que foi? Eu só preciso pensar um pouco mais! Não precisa ficar rindo da minha
burrice!
- Desculpe, eu não estava rindo disso. Eu ri porque você tem o mesmo hábito que eu,
de morder o lápis...
- Ah ta, desculpe. – ai que mancada! Mas ei, nós temos algo em comum!
- Vamos, vou te ajudar a entender. – então ele se levantou da cadeira e se apoio no
encosto da minha. – Muito bem, aqui por exemplo você usa a fórmula... – O rosto dele
ta muito perto do meu!!!!!!!
Levanto bruscamente e bato minha cabeça no queixo dele.
- Ai, desculpe! Eu... Preciso ir ao banheiro. – E depois disso sai correndo.
Ok, Luana, se você se mostrar uma total retardada ele vai desistir de você e não vai te
dar aulas e depois, EU PRECISO MESMO PASSAR DE ANO!
Beleza, quando sair desse banheiro vai se comportar feito gente! Controle-se garota!


Depois disso, as coisas ficaram mais calmas, eu tentei manter uma distância saudável
dele e me focar na voz dele, assim entenderia a matéria. E ele explicou tudo de novo pra
que eu pudesse entender direito. Me surpreendi ao conseguir fazer os exercícios que ele
pedia e acertar todos.
- Ta vendo? Não é nada difícil! Você já tá craque!- Ele sorriu pra mim e me deu uma
folha com uma questão. – Essa é a última, fui eu que fiz, é bem desafiadora.
Eu comecei a ler a questão e... Não parecia complicada.
Alguns minutos depois eu terminei.
- Breno! Acho que consegui! A resposta é I maior que 3u??? Não espera, coloquei o
sinal errado... I é menor que 3u. É isso né?
- Foi só isso que você achou?
- Claro! Porque o X você corta aqui então fica I em função de U. – e mostrei pra ele.
- Bom, parabéns você acertou! – e deu um sorriso amarelo, então de repente ele
colocou a cabeça na mesa e cruzou os braços em volta dela.
- Breno, você está passando mal? Suas orelhas estão vermelhas...
- Eu já vou indo então! Foi um prazer ajudar você. Espero que se dê bem na sua prova.
– dizia isso enquanto se levantava e arrumava suas coisas.
O que eu fiz? Será que errei a questão? Será que fiz alguma burrice que irritou ele?
Droga! Mas eu tenho certeza deu I menor que 3u! O que eu errei?
Então meu cérebro deu um clique.
I menor que 3u. Peguei a folha e olhei de novo o resultado pra ter certeza. E lá estava:

               
                             
Será que era isso mesmo??? Será? O Breno....
Enquanto eu pensava ele arrumou suas coisas e eu escutei ele abrindo a porta de entrada
pra sair.
Bom, se não for isso, já foi, pois eu estou saindo correndo de dentro de casa feito uma
louca.
Ele estava atravessando a rua pra chegar em casa e eu fiz única coisa que me veio a
cabeça. Fui correndo e abracei-o por trás.
- Luana?
- Desculpe, desculpe! Eu sou muito tapada! Demorei pra perceber...
- Eu não pensei que ficaria tão sem graça... – ele disse coçando a cabeça. – Mas já que
fui eu que comecei isso preciso saber... Qual é a sua resposta?
Então eu o soltei e fiquei de frente pra ele e disse:
- I é menor que 3u, i é menor que 3u muito muito muito muito!!!!!
Ele sorriu de orelha a orelha pra mim e encostou a cabeça dele na minha.
E quando eu olhei nos olhos dele, eu pude ver que ele estava tão feliz quanto eu, por
isso nós ficamos desse jeito no meio da rua sei lá por quanto tempo e não sei como
nenhum carro nos atropelou.
Agora sim matemática serviu pra alguma coisa.




quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Marca


Se eu pudesse explicar em palavras o quanto te admiro, se eu pudesse contar tudo que
me ensinou, se eu conseguisse fazer toda minha gratidão alcançar você...
Mas por mais que eu tente me expressar, nada do que digo se iguala ao que sinto. Você
pode não acreditar, mas você tem parte na pessoa que sou hoje. Você pode achar que é
exagero meu, mas a verdade é que quando eu me senti perdida suas palavras me
guiaram pelo caminho certo.
Provavelmente pra você sou só mais um em um milhão, um em um milhão daqueles que
também são quem são por sua causa.
Você marcou a minha vida.
As vezes me pego pensando se não poderia embrulhar você e levar pra casa, pra você
me guiar pra sempre, porém você não ficaria feliz com isso não é? E também, seria
egoísmo da minha parte, afinal, ainda existem muitas pessoas pra você guiar, muitas
pessoas que ainda vão se sentir como eu agora.
Queria que estivesse sempre aqui pra segurar a minha mão pra que eu não me perdesse,
mas uma das coisas que me ensinou foi que temos que andar sozinhos e que não faz mal
se perder às vezes, pois nunca é tarde pra voltar e procurar o caminho correto.
Quando me perguntarem o que eu quero ser, direi que quero ser como você, alguém que,
além de viver sua vida, é capaz de marcar outras.
Está vendo? Isso é o máximo que consigo. No entanto, garanto que isso não é nem a
metade do que está em meu coração.
Obrigada, por me marcar.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Quando?


Quando foi? Quando foi que você entrou na minha cabeça? Quando abriu as portas do
meu coração? Quando começou a me fazer tão feliz? Quando pensar em você se tornou
minha razão para sorrir?
Quando comecei a sentir saudade de você? Quando passei a me importar com você?
Quando foi o que você faz começou a fazer tanto efeito em mim?
Quando foi que você começou a falar comigo? Quando foi a primeira vez que abraçou?
Quando foi que andar do seu lado se tornou algo tão normal?
Eu não me lembro! Quando foi mesmo?
Porque quando me dei conta, já estava assim, como se você sempre estivesse estado
aqui.