terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Cheiro de Chuva
Olhando pela janela, vendo a chuva cair e sentindo o cheiro terra molhada,
pela primeira vez em muito tempo, eu me senti em paz. Consegui esquecer
todas as minhas preocupações, todas as minhas frustrações e irritações.
Tudo que fiz foi observar o vento nas folhas, os pássaros procurando um lugar
pra se esconder, os relâmpagos e a chuva cair.
Eu queria ter ficado ali pra sempre. Como uma espectadora. Por que desse
jeito eu não iria estragar nada.
Como um fantasma, vendo tudo, estando ali, mas não existindo. Quem sabe
desse jeito eu não aprenderia alguma coisa.
O ruim de ir “vivendo e aprendendo” é que não existe um botão de espera. Não
existe um botão de reinicio. Somente o Fim de Jogo.
Seria bom se o tempo me desse um tempo, pra que eu pudesse me entender e
entender os outros. Pra que eu pudesse fazer tudo que eu preciso fazer, sem
desapontar ninguém. É, certamente seria maravilhoso.
Mas o tempo é frio e cruel. Ele passa e muda tudo sem nos dar tempo pra
assimilar o que acontece ele quer que aceitemos aquilo que nos impõe. Não
quer saber se será bom ou ruim, ele não liga. Nós temos que continuar, porque
o tempo não para.
Então eu me pergunto: Quanto tempo? Quanto tempo eu vou precisar? Pra
entender que qualquer que seja o tempo, ele sempre será pouco.
Pouco pra sorrir.
Pouco pra chorar.
Pouco pra fazer o que eu tenho fazer.
Pouco, muito pouco, para estar com você.
Por isso, olhando pela janela, sentindo o cheiro da chuva que passou eu gosto
de imaginar que o tempo parou.
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