quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Medo
Estou com medo. Medo de sucumbir a meus pensamentos, de me afogar na minha
imaginação.
Quando estou sozinha, é inevitável, me perco em devaneios. Porque minha mente é a
única coisa que me separa da solidão. Ou separava.
Ultimamente, fui traída. Porque quando vou procurar refúgio em meus pensamentos,
estes só me lembram que não há ninguém, não me deixam esquecer o frio lá de fora está
apagando a chama.
Todas as despedidas eu tive vontade de dizer “não me deixe sozinha”, mas me contive.
E assim que me viravam as costas sentia o hálito frio da solidão. E, como sempre, fugia
para a minha mente. Porém, já não consigo mais encontrar conforto e também não
consigo mais sair.
Constantemente sendo bombardeada por aquilo do qual tentei tanto fugir.
“Sozinha”
“Fraca”
“Covarde”
“Insignificante”
“Por que você não desaparece?”
“Logo,logo vão te esquecer”
Posso escutar uma voz áspera sussurrando no meu ouvido. Enquanto vou lentamente
imergindo em algo negro e pastoso. Quando dou por mim, já submergi até o pescoço e,
numa tentativa inútil, tento sair.Mas o líquido grudou em meu corpo e tornou-o pesado.
Medo. Estou me afogando. Preciso sair, preciso acordar.
Porém, se eu acordar, o que me espera lá fora?
Estou com medo. Medo da solidão lá fora.
Posso sentir o piche em meus pulmões enquanto afundo bem devagar. Está escuro e frio.
Ah, solidão... Como foi que você conseguiu chegar à minha mente? Como descobriu
meu abrigo?
E me pergunto quanto tempo vai precisar para apodrecer meu coração...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário