quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ela é Você!


- Me conta!
E lá vamos nós de novo.
- Não.
- Por favor, Marcos!
Como essa garota é insistente!
- Não.
- Por quê?
- Porque não.
- Mas eu a conheço?
É claro que conhece, sua idiota!
- Eu ainda mato o Gustavo por ter te contado.
- Ele fez bem! Sou sua melhor amiga! Como você não me conta uma coisa
dessas? Eu posso te ajudar!
Odeio quando ela faz essa voz chorosa de vítima. Sinto-me culpado.
- Eu não preciso de ajuda, eu não tenho chance com ela.
- Como sabe?
Quando ela põe as mãos na cintura e junta as sobrancelhas, tentando ficar
séria, fica engraçado.
- Ela não gosta de mim. Eu sei que não.
- Ela disse isso?
- Não, mas...
De repente ela colocou as mãos nos meus ombros e olhou nos meus olhos.
- Então! A menos que você ouça da boca dela que ela não gosta de você, não
pode desistir! Você tem que dizer! Vai que ela gosta de você só que
esconde?
Ela parece realmente preocupada com isso.
- E se ela me der um fora?
- Você pode tentar fazer ela se apaixonar por você! Não precisa desistir tão
fácil! Se não der certo, é porque existe alguém melhor pra você por aí!
- Você anda lendo muitos livros de romance, sabia? Isso é muito surreal!
- Não é não! Acontece de verdade!
Depois disso, ela fez língua pra mim, só pra enfatizar a raiva.
- Tá, eu me rendo! Prometo que vou pensar em como dizer.
Então ela deu um pulo e me abraçou forte e disse no meu ouvido:
- E quem é ela mesmo?
- Há-há-há. Boa tentativa.
Nós continuávamos abraçados e eu pude ouvir ela suspirando.
- É tão importante assim você saber?
- Não, na verdade não. Eu estava pensando que, se ela não te der o fora, eu
não vou mais poder ficar assim com você.
- E por que não?
- Ué! Ela vai ficar com ciúme né!
- Não, ela não vai ter ciúme de mim com você, tenho certeza!
- Sério? Ela deve ser muito gente boa então! Quem é?
Eu a afastei de mim e coloquei o braço sobre os ombros dela.
- Você vai saber em breve.

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