quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Quando?


Quando foi? Quando foi que você entrou na minha cabeça? Quando abriu as portas do
meu coração? Quando começou a me fazer tão feliz? Quando pensar em você se tornou
minha razão para sorrir?
Quando comecei a sentir saudade de você? Quando passei a me importar com você?
Quando foi o que você faz começou a fazer tanto efeito em mim?
Quando foi que você começou a falar comigo? Quando foi a primeira vez que abraçou?
Quando foi que andar do seu lado se tornou algo tão normal?
Eu não me lembro! Quando foi mesmo?
Porque quando me dei conta, já estava assim, como se você sempre estivesse estado
aqui.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Medo


Estou com medo. Medo de sucumbir a meus pensamentos, de me afogar na minha
imaginação.
Quando estou sozinha, é inevitável, me perco em devaneios. Porque minha mente é a
única coisa que me separa da solidão. Ou separava.
Ultimamente, fui traída. Porque quando vou procurar refúgio em meus pensamentos,
estes só me lembram que não há ninguém, não me deixam esquecer o frio lá de fora está
apagando a chama.
Todas as despedidas eu tive vontade de dizer “não me deixe sozinha”, mas me contive.
E assim que me viravam as costas sentia o hálito frio da solidão. E, como sempre, fugia
para a minha mente. Porém, já não consigo mais encontrar conforto e também não
consigo mais sair.
Constantemente sendo bombardeada por aquilo do qual tentei tanto fugir.
“Sozinha”
“Fraca”
“Covarde”
“Insignificante”
“Por que você não desaparece?”
“Logo,logo vão te esquecer”
Posso escutar uma voz áspera sussurrando no meu ouvido. Enquanto vou lentamente
imergindo em algo negro e pastoso. Quando dou por mim, já submergi até o pescoço e,
numa tentativa inútil, tento sair.Mas o líquido grudou em meu corpo e tornou-o pesado.
Medo. Estou me afogando. Preciso sair, preciso acordar.
Porém, se eu acordar, o que me espera lá fora?
Estou com medo. Medo da solidão lá fora.
Posso sentir o piche em meus pulmões enquanto afundo bem devagar. Está escuro e frio.
Ah, solidão... Como foi que você conseguiu chegar à minha mente? Como descobriu
meu abrigo?
E me pergunto quanto tempo vai precisar para apodrecer meu coração...


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Alguém


Às vezes, precisamos fazer algo, mas não queremos fazer sozinhos. Então pensamos em alguém.
Quando acontece algo muito bom, precisamos contar pra alguém, pra O alguém.

Se ficamos muito entediados, vamos perturbar O alguém.

Sempre aquele mesmo alguém.

E esse alguém sempre vem, sempre escuta, sempre reclama, sempre ri, sempre se pode contar.

Mas e quando esse alguém não vem?
E quando esse alguém não se importa?

Quando você recebe uma notícia muito boa, pensa: “Tenho que contar pra ele!” e sai correndo procurando o celular e mal consegue procurar o número de tão eufórica e quando finalmente vai ligar, cai em si.
Lembra que ele não vai se interessar, que vai murmurar um “que bom!” e nem vai perguntar mais nada, que vai dar uma desculpa pra desligar o mais rápido possível.
Então, joga o celular em qualquer canto porque não tem sentido contar pra alguém.

Num domingo a tarde, de bobeira no sofá, pensa: “quero conversar com alguém.” E mais um vez, se vê encarando aquele nome na lista de contatos imaginando que nem assunto você tem pra querer conversar. Sabendo que no fim das contas não vai ligar, porque sabe que só vai atrapalhar.

Porém, não adianta. Alguém sempre vem a minha mente pra preencher qualquer espaço vazio. Alguém com quem contar. Mas esse é só Alguém. Alguém que sempre me vem e que nunca está.
Às vezes, é meio triste, pois eu consigo perceber que, quando estamos frente a frente, enquanto eu vejo Alguém, Alguém vê apenas... 

Ninguém.