Às vezes, precisamos fazer algo, mas não queremos fazer
sozinhos. Então pensamos em alguém.
Quando acontece algo muito bom, precisamos contar pra alguém,
pra O alguém.
Se ficamos muito entediados, vamos perturbar O alguém.
Sempre aquele mesmo alguém.
E esse alguém sempre vem, sempre escuta, sempre reclama,
sempre ri, sempre se pode contar.
Mas e quando esse alguém não vem?
E quando esse alguém não se importa?
E quando esse alguém não se importa?
Quando você recebe uma notícia muito boa, pensa: “Tenho que
contar pra ele!” e sai correndo procurando o celular e mal consegue procurar o
número de tão eufórica e quando finalmente vai ligar, cai em si.
Lembra que ele não vai se interessar, que vai murmurar um “que bom!” e nem vai perguntar mais nada, que vai dar uma desculpa pra desligar o mais rápido possível.
Lembra que ele não vai se interessar, que vai murmurar um “que bom!” e nem vai perguntar mais nada, que vai dar uma desculpa pra desligar o mais rápido possível.
Então, joga o celular em qualquer canto porque não tem sentido contar pra alguém.
Num domingo a tarde, de bobeira no sofá, pensa: “quero
conversar com alguém.” E mais um vez, se vê encarando aquele nome na lista de
contatos imaginando que nem assunto você tem pra querer conversar. Sabendo que
no fim das contas não vai ligar, porque sabe que só vai atrapalhar.
Porém, não adianta. Alguém sempre vem a minha mente pra preencher
qualquer espaço vazio. Alguém com quem contar. Mas esse é só Alguém. Alguém que
sempre me vem e que nunca está.
Às vezes, é meio triste, pois eu consigo perceber que, quando estamos frente a frente, enquanto eu vejo Alguém, Alguém vê
apenas...
Ninguém.
É triste quando os assuntos se vão, a beleza se esvai e a curiosidade fica escondida. Acontece. Mas tudo isso acaba quando a saudade bate e a gente percebe que é culpa nossa. Culpa nossa que nada mais é interessante, nada é relevante. Culpa nossa que deixamos tudo tornar-se monótono. Culpa nossa por que vemos tanto o lado interessante das pessoas, que ele acaba ficando chato.
ResponderExcluirUm dia a gente aprende a deixar tudo interessante. Um dia a gente aprende a semear alegria e curiosidade nas pessoas :)