segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um ano de Namoro

Nós dois estamos sentados num banquinho da praça tomando Milk-shake.
Comemorando um ano de namoro. E eu ainda não consigo acreditar como eu
posso estar com um cara como ele.
O dia está ótimo. O sol não está nos torrando e tem uma brisa fresca
soprando, balançando as folhas das árvores e tem várias crianças brincando.
- Posso fazer uma pergunta?- eu digo, fingindo indiferença olhando para as
pessoas andando.
- Você já acabou de fazer uma. - e dizendo ele me mostra aquele sorriso
brincalhão que eu adoro. – Mas como sou muito bonzinho deixo você fazer
mais uma.
- Há-há, que engraçado. E pensar que fui eu que ensinei isso para você!
- O pupilo supera seu mestre! Mas, o que queria me perguntar?- daí ele volta
a beber o Milk-shake e fica olhando para mim curioso esperando a pergunta.
- Ah... você... é... – e eu já posso sentir meu rosto quente que deve estar, no
mínimo, da cor de ketchup. – Você... hum... sabe eu pensei... se você está
comigo a tanto tempo... Você está apaixonado por mim?
Eu estive o tempo todo olhando para meus joelhos e quando levanto os olhos
ele está tossindo, tem Milk-shake no chão e o rosto dele está muito
vermelho.
- Você está bem? – e me levanto e seguro a mão dele, então ele olha para
mim e quando nossos olhos se encontram, não sei por que, mas eu sinto que
meu coração vai sair pela boca e solto a sua mão depressa e volto a olhar
para os meus joelhos.
Isso é estúpido, isso sempre acontecia quando começamos a namorar, mas
eu achei que tinha passado.
- Não seja uma idiota! Que tipo de pergunta foi essa? Não acredito que você
ainda tem dúvidas! Achei que fosse óbvio... – de repente a voz dele se
transformou em um sussurro – é claro que eu sou... apaixonado por você.
Se é que é possível sinto meu rosto mais vermelho ainda, mas eu ergo minha
cabeça e o vejo com as mãos no rosto, no entanto posso ver sua orelha, e ela
está púrpura.
Isso me faz sorrir. Eu achei que fosse impossível deixá-lo envergonhado!
Sou sempre eu quem fica vermelha, sempre.
Mesmo estando extremamente feliz pela resposta que eu tive não posso
deixar essa chance passar...
- Quando foi? – eu falo, e mais uma vez me volto aos meu joelhos.
- O que? – pelo canto do olho posso ver que ele tira as mãos do rosto e olha
para mim.
- Quando foi... que você se apaixonou por mim? – eu o olho nos olhos e
controlo a minha vontade de encarar meus joelhos, ciente de que estou tão
vermelha quanto ele.
- Por que você quer saber isso agora?
- Porque.. porque você nunca me diz nada e eu, bom um cara como você com
alguém como eu é... estranho. Eu não nada feminina, não sou bonita, eu sou
tão...sem sal.
- E só não sou bom nessas coisas! E não diga que você é sem sal!! Você é tão
complexa de tantas maneiras diferentes e mesmo assim tão perfeita... Tem
certeza de que é desse planeta?
Tive que rir. E isso fez com que eu ficasse mais calma. E parece que
funcionou para ele também.
Depois que o acesso de riso, de nós dois, passou ele passou um de seus
braços pelos meus ombros e me puxou para mais perto me fazendo apoiar
minha cabeça no seu ombro. Depois, eu pude sentir-lo encostar seu rosto
nos meus cabelos e eu estava tão feliz que tomei um susto quando ele
começou a falar:
- Eu respondo a sua pergunta, se você prometer que vai ficar desse jeito. É
proibido levantar sua cabeça. Entendeu?
- Você não quer que eu olhe para você porque está com vergonha? – eu disse
e me surpreendi com o tom travesso na minha voz.
- Ahh... não torne as coisas mais difíceis...
- Ok,ok... Eu prometo. – e um sorriso se formou nos meus lábios. Estou
mesmo gostando de deixá-lo sem graça!
- Ótimo! Bom, eu acho que não sei ai certo quando me apaixonei por você.
Sou muito estúpido para isso. Mas eu... hum... eu sei quando foi que eu
descobri que estava apaixonado.
“ Eu estava indo para casa a noite e eu vi três caras suspeitos conversando
com uma menina, eu parei para olhar porque parecia que eu conhecia a
garota. Então um dos caras a agarrou e eu corri para ajudar. Enquanto eu
corria pude ver que eu realmente conhecia a garota. Era você! Nós já
éramos amigos naquela época. Quanto cheguei mais perto vi que você estava
brigando com os três, e eles estavam perdendo, mas mesmo assim eu quis
ajudar!”
“Mas eu não sabia como! Você estava lutando tão bem! Eu sabia que você
tinha aulas de artes marciais, mas não sabia que era tão boa. Tudo que eu
pude fazer foi olhar você derrubá-los. Então eu coloquei a mão no seu ombro
para te dar os parabéns e daí quando dei por estava no chão. E quando eu
tentei me levantar você me deu um chute nas minhas...bolas... tão forte que
eu perdi a consciência.”
“ Quando eu acordei eu vi seu rosto e você estava chorando e me pedindo
desculpas e mais desculpas e aí você disse: “Eu não queria ter te batido tão
forte! Mas também, que idéia foi aquele de chegar assim do nada?? O quão
idiota você pode ser? AH! Eu fiquei tão preocupada!” e daí vou chorou mais e
continuava tentando enxugar as lágrimas. E eu fiquei no chão pensando em
como alguém poderia ser tão forte e tão frágil ao mesmo tempo...e pensando
em como eu faria você parar de chorar e comecei a entrar em desespero... e
então você levantou, me puxou do chão e sorriu.”
“Daí eu percebi o quanto eu estava encrencado porque eu me peguei
pensando que seria bom apanhar de novo e de novo e ver você ficar
preocupada comigo e ver aquele sorriso depois e andar apoiado em você por
ai por causa da dor e poder sentir o cheiro do seu cabelo...”
- Posso olhar para você agora?
- Nã...
Mas eu não esperei ele responder. Estava tão feliz, tão feliz!! Coloquei meus
braços em volta do seu pescoço e o beijei, e depois o abracei tão forte que
meus braços doeram.
- Eu deveria contar essa história mais vezes... – ele olhou para mim e sorriu.
- Se você ainda quiser eu posso te dar uma surra de novo...- eu falei,
esfregando os punhos.
- É claro, e dessa vez eu só vou acordar com um beijo!- disse ele rindo.
Então ele me viu levantar e me colocar em posição de luta. – Você está
brincando, né?







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