Eu acabei me acostumando a você. Sua voz, seu sorriso, seu cheiro.
Nossas conversas, nossos risos, nossas brincadeiras. Acostumei-me com
essa maldita primeira pessoa do plural.
No começo, ficar sem você não fazia falta. Mas você não se afastou, ao
contrário de todos, você permaneceu. Porém, não pra sempre.
Na verdade, você foi o mais cruel de todos.
Você esperou, esperou e eu, tola, baixei a guarda.
Agora me pergunto: Você planejou tudo isso?
O que antes me trazia felicidade, agora me dilacera.
Quando tento lembrar é triste. Porque eu não me esqueci. Eu não me esqueci
de nada.

aconteciam.
Eu sei que pode parecer que é puro comodismo. Que, na verdade, eu nunca
senti nada. Mas o fato é que, eu não gosto da palavra “gostar” afinal, é algo
muito subjetivo não acha? Parece uma coisa que acontece de uma hora pra
outra e assim acaba.
Uso “acostumar” porque é um processo lento, acontece por fases. É difícil,
mas no final acaba tudo se acertando, nem sempre pra melhor, mas se
acertando.
Eu havia me acostumado a você. A nós. E me pergunto quanto tempo vai levar
para que eu me acostume de novo com o “eu”.
O que me deixa esperançosa é que, quando se trata de acostumar, tudo se
acerta no final, nem sempre pra melhor, mas se acerta.
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